MARIA ISABEL RICARDI

(     ARGENTINA  )

 Reside no Uruguai.  

SENTENCIA

¿Tendrás quien te acaricie
como una vez lo hice yo?
¿Quién quiera volver a amarte
después de hacer el amor?
¿Quién encienda por tu piel
llamaradas de pasión,
insaciable y tan amante,
y tan solo por amor?
Quien suba por tus colinas
y se sume en tos recodos,
dejándote besos tíbios
quitándote gritos locos.
Gemidos entrecortados
de placer y de lascivia
que escapaban de tus labios
cuando el amor yo te hacía.
Tú jamás vas a olvidarme,
porque nunca habrás de hallar
quien sacie tu sed de amores
y al punto te haga vibrar.
En la alcoba en la que estés,
con el hombre al que te entregues,
seré yo tu fantasía
cuando volar tu desees.
Galoparás cien corceles,
potros briosos, alazanes,
probarás de la lujuria
un sinfín de novedades;
serás aquella amazona
que corría por mis lares,
y agotarás sin sentido
tus mejores manantiales.
Mas, recuerda mi sentencia:
jamás podrás encontrar,
aunque mil vidas tu vivas
al que ter pueda colmar.
Entrar en tu vientre tibio
y de placer desbordante,
desvelarte por las noches
y que nunca sea bastante;
amarte por las mañanas,
y por las tardes amarte,
despertar de madrugada
y otra ves volver a amarte…



SIN OLVIDO

Pasé por otras camas
tratando de olvidarte,
busque en otros olores
el tuyo que se fue,
mi cuerpo que deseaba
tus besos tan salvajes,
no supo conformarse,
y a otros me entregué.
Mas, nadie dejó huellas,
y aún sigo buscando
aquellas noches largas
llenitas de placer:
amor bajo la luna,
amor sobre la arena,
caballos desbocados
queriendo complacer.
Talvez en otras camas
olvides mis amores,
quizá vuelques tu savia
un nuevo amanecer,
y oigas cien gemidos
brotando de otras bocas,
y también otros cuerpos,
y arañes otra piel,
mas, ya no habrá olvido
allá en nuestros rincones,
el cóncavo y convexo
ya nunca habrá de ser,
aunque oigas de otros labios,
“te quiero” en diez idiomas,
y vuelquen mil olores
sobre tu tibia piel.



ANHELOS

Llenaste mis vacíos,
calmaste mis angustias,
cubriste con tu cuerpo
anhelos y placer;
tu savia milenaria
dejó por mis rincones
aquello que yo ansiaba,
aquello que yo busqué.
Tu aliento tibio y dulce
quemaba mis abismos,
supiste darme tanto,
supiste complacer,
mi cuerpo que te ansiaba
buscó bajo tus manos
placeres olvidados
traídos en tropel.
Igual que aquella ola
que cubre ignota playa,
tus besos me cubrieron
y en ti me desbordé,
y mil olitas nuevas
llegaron en cadena,
y mil deseos viejos
en donde eclosioné;
Y aún siguen brotando
deseos ignorados
que nacen cada noche
y cada amanecer,
y llegan por las tardes
cubriendo cual mandala
mi cuerpo que ya espera
al tuyo que anhelé.

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

SENTENÇA

Terás quem te acaricie
como uma vez eu o fiz.
Quem que voltar a amar-te
depois de fazer o amor?
Quem acenda por tua pele
labaredas de paixão,
insaciável e tão amante,
e apenas por amor?
Quem suba por tuas colinas
e suma em tuas curvas,
deixando beijos mornos,
extraindo de ti gritos loucos.
Gemidos entrecortados
de prazer e de lascívia
que escapavam de teus lábios
quando o amor que dava.
Tu jamais vais esquecer-me,
porque nunca haverás de achar
quem sacie tua sede de amores
e te faça vibrar.
Na alcova em que estejas,
com o homem ao que te entregues,
serei eu tua fantasia
quando voar tu desejes.
Galoparás cem corcéis,
potros espirituosos, alazães,
provarás da luxúria
de um sem fim de novidades;
serás aquela amazona
que corria por meu lar,
e esgotarias sem sentido
teus melhores mananciais.
Mas, lembra minha sentença:
jamais poderás encontrar ,
embora mil vidas tu vivas
ao que te possa colmar.
Entrar em teu ventre morno
e de prazer transbordante,
desvelar-te pelas noites

e que nunca seja bastante,
amar-te pelas manhãs,
e pelas tardes amar-te,
despertar de madrugada
e outra vez voltar a amar-te.

SEM ESQUECIMENTO

Passei por outras camas
tratando de olvidar-te,
busquei em outros odores
o teu que se foi,
meu corpo que desejava
teus beijos tão selvagens,
não soube conformar-se,
e a outros me entreguei.
Mas, ninguém deixou pegadas,
e ainda continuo buscando
aquelas noites longas
cheinhas de prazer,
amor debaixo da lua,
amor sobre a areia,
cavalos ruidosos
querendo agradar.
Talvez em outras camas
esqueças os meus amores,
talvez descartes tua seiva
um novo amanhecer,
e ouças cem gemidos
brotando de outras bocas,
e também outros corpos,
e aranhes outra pele,
mas, já não haverá olvido
lá em nossos cantos,
o côncavo e o convexo
já nunca haverá de ser,
embora ouças de outros lábios,
“te quero” em dez idiomas,
e revoluteiem mil odores
sobre tua tíbia pele.

DESEJOS

Preenchestes meus vazios,
acalmaste minhas angústias,
cobriste com teu corpo
desejos e prazer;
tua seiva milenar
deixou por meus recantos
aquilo que eu ansiava,
aquilo que eu busquei.
Tua respiração morna e doce
queimava meus abismos,
soubeste dar-me tanto,
soubeste satisfazer,
meu corpo que te ansiava
buscou com tuas mãos
prazeres esquecidos
trazidos em tropel.
Igual que aquele aceno
que cobre ignota praia,
teus beijos me preencheram
e em ti me desbordei,
e mil ondas novas
chegaram em cadeia,
e mil desejos antigos
onde eu me sufoquei.
E ainda seguem brotando
desejos ignorados
que nascem a cada noite
e a cada amanhecer,
e  chegam pelas tardes
cobrindo como mandala
meu corpo que já espera
o teu que ansiei.

*
VEJA e LEIA outros poetas da ARGENTINA em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br

Página publicada em junho de 2024